10 de dezembro de 2007

INFLAÇÃO

Inflação permanece nos 2,1% em Setembro
A taxa de inflação em Portugal ficou inalterada nos 2,1% em Setembro, de acordo com os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A Saúde, a Habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis e os Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas foram as que apresentaram as contribuições positivas mais significativas para a formação da taxa de variação homóloga, justificando cerca de 52,4% da variação registada pelo IPC."A única contribuição negativa verificou-se ao nível das Comunicações. As restantes classes contribuíram com sinal positivo para a formação da taxa de variação homóloga"; refere o INE.


in Jornal de Negócios, 15 de Outubro 2007

Qual a importância para o país do controlo da taxa de inflação?

A inflação é um termo utilizado pelos economistas para designar um processo persistente e relativamente generalizado de aumento de preços em vigor numa dada economia, observado ao longo de um dado período de tempo. A inflação ocorre quando o nível geral de preços aumenta.
Há três graus de inflação: a inflação moderada, a inflação galopante e a hiperinflação. A inflação moderada é caracterizada pelo aumento lento e previsível dos preços. Pode definir-se como uma inflação anual de um só dígito. A maior parte dos países industriais passou por inflação moderada na última década. A inflação galopante é uma inflação de dois, três dígitos, de 20, 100 ou 200%. Muitos países latino-americanos como a Argentina, o Chile e o Brasil, tiveram taxa de inflação de 50 até 700% ao ano nas décadas de 1970/80. Na hiperinflação os preços aumentam um milhão por cento ao ano. Entre Janeiro de 1922 e Novembro de 1923, o índice de preços da República Alemã de Weimar aumentou de 1 para 10 000 000 000. Com obrigações alemãs no valor de 300 milhões de marcos em 1922 não se conseguiria comprar um bombom dois anos mais tarde.
Em suma, o cálculo da inflação é efectuado com base em índices de preços dos quais o Índice de Preços no consumidor (IPC) é o mais importante.
Se os preços no consumidor sobem, tal facto poderá afectar a competitividade da economia, pois se os produtos de origem nacional se tornam mais caros, é natural que sejam menos procurados nos mercados internacionais. Neste caso, as exportações ressentir-se-ão e poderão ficar em perigo alguns postos de trabalho, inicialmente e de forma mais directa em empresas exportadoras, mas também, posteriormente, por via das várias interdependências que vigoram no seio do tecido produtivo, em empresas não exportadoras.
Se a moeda nacional sofrer uma desvalorização, isso resultará num encarecimento das importações: o mesmo preço em moeda estrangeira (dólares ou ienes, por exemplo) traduz-se num preço mais alto em moeda nacional, pois torna-se necessária maior quantidade desta para adquirir a mesma quantidade de divisas estrangeiras. Logo, ou o volume de importações diminui, ou os preços internos aumentam (inflação importada, mais uma vez), ou sucede um pouco de ambas as coisas. Por outro lado, uma desvalorização tende a ter um efeito inverso sobre as exportações, embaratecendo-as quando avaliadas em moeda estrangeira. Com o euro esta questão torna-se menos importante, uma vez que grande parte do nosso comércio internacional é feito com países que também adoptaram o euro, não intervindo por isso questões de natureza cambial.
Há ainda o plano individual, a inflação também levanta graves problemas, como a erosão que impõe ao poder de compra dos salários.
Desta forma é necessário para os governos controlarem a inflação de forma prevenir que toda a economia se ressinta.



Qual a evolução dessa taxa no século XXI?
No início do século XXI, mais concretamente, logo no ano 2000, o “rastilho foi acesso e bomba explodiu”. Esta expressão faz todo o sentido para o século XXI. Os primeiros anos do novo século têm sido caracterizados por bombas. É exactamente em 2000 que a economia é atingida por uma queda brusca da bolsa de valores, terrorismo e guerra do Iraque.





Segundo a tabela acima podemos constatar que durante os primeiros anos do século XXI a taxa de Inflação tem vindo paulatinamente a decrescer.



Contudo os dados que temos é que em 2007 apesar de se estimar que a taxa de inflação ficará abaixo de 2006, em 2,5%, face aos 3,1% do ano passado, o banco ressalva que este abrandamento só se deu devido ao aumento da taxa normal do IVA em 2006. Apesar das pressõre sobre a procura interna deverem permanecer fracas, o baixo crescimetno da produtividade vai evitar uma queda na taxa de inflaçã. Além disso, o aumento dos preços das matérias primas vão pressionar os preços a subir e nós esperamo que a taxa de inflação volte a aumentar em 2008.






Quais os sectores da economia que foram responsáveis por essa evolução e quais os que contrariaram essa tendência?




A nível total nacional verificou-se uma subida de o, 7% de 2004 para 2006. Em 2006 a classe que apresentou uma taxa de variação média anual maior, foram as bebidas alcoólicas e tabaco (com 9,7%), ao contrário do vestuário e calçado que apresentam uma taxa de variação média anual de o.5%.
Os sectores que menos contribuíram para uma inflação equilibrada foram os seguintes: vestuário e calçado (quase sempre com valores negativos: -11,6%; -6,5%; -0,6; -0,9) e as comunicações. Em contraponto os sectores que contribuíram positivamente foram os transportes que acabaram o ano de 2006 com 2,2%, apesar de no início do ano, os valores terem sido obsoletos (8,2 em Janeiro; 8, 4 em Fevereiro; 7,8 em Março). O mesmo aconteceu com os restaurantes e hotéis que conseguiram terminar com um valor “ aceitável”, isto significa, nos 2.0%.Em 2007 o sector das comunicações prosseguiu com a péssima colaboração para o equilíbrio da inflação em Portugal. De acordo com os últimos dados do INE (em Novembro de 2007) essa contribuição negativa da classe das comunicações atingiu os -1,9 %, significando uma evolução ainda mais grave. Sectores /classes que apresentaram uma importante contribuição positiva foram a sáude (com 5,5% no mês de Novembro) , embora tenha descido relativamente ao mês anterior . Destacamos também o positivo contributo das bebidas alcoólicas e tabaco pois mantiveram-se nos 6,3% , o que constitui um paradoxo . É importante para a economia o contributo monetário , mas é negativo o seu consumo para a população

Como será possível controlar a inflação?

É necessário diminuir os gastos públicos e aumentar as taxas de juro.
O país deve também seguir algumas linhas orientadoras para o futuro. O país deverá investir na investigação e o desenvolvimento deve ser aumentado. Também é importante o combate a rigidez do mercado laboral. Finalmente a concorrência tem ser melhorada nos mercados internos.